Acordei e o céu era cinza. A água
batia na janela com violência. A cidade
do sol estava tomada por uma brisa fria e chuva forte. Dia atípico tanto no
clima como nos acontecimentos: Uma filha estava prestes a partir para longe.
Meu irmão olhara para a janela,
depois para mim, e dissera: “Recife esta chorando com a tua partida”.
Não poderia ouvir nada mais
poético.
Recife chovia, mas eu era toda
sol. Carregava o calor e os dias ensolarados
de minha cidade natal para enfrentar os dias congelantes de minha nova
casa.
A tranquilidade me assolava
naquele momento de uma forma que nem imaginava. Nada de tempestade, Recife! Só
calmaria. Roguei à Deus proteção antes de partir e assim estou sendo atendida.
Nada mais forte e eficaz que a oração, meu amigos. Quem precisa de “Dramin”
quando se tem uma boa prece?
Antes do primeiro embarque tirei
várias fotos com os meus afetos. Era toda sorrisos e abraços... Achei até que
desabaria quando passasse pela porta de vidro, mas só sentia uma calmaria
inexplicável: Como se o jogar no vazio fosse algo familiar, e nem era! Abracei
a todos como se não houvesse amanhã e parti. Nada de lágrimas, pois repetirei
quantas vezes forem necessárias que “aqueles que verdadeiramente se amam, nunca
se separam”. Eles vieram dentro de mim como os dias ensolarados do meu Recife.
Faz frio na “Cidade Maravilhosa”, mas o calor eu eu trouxe por dentro é
suficiente para aquecer esse aeroporto inteiro.
Rio de janeiro, 28 de Agosto de
2014.
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